O nazismo surgiu em meados de
1933 e teve o seu fim em 1945, após o encerramento da 2ª Guerra
Mundial. Foi um
movimento político-ideológico que originou-se na Alemanha e que teve como
figura principal Adolf Hitler. Hitler, inspirado pelas ideias fascistas e incentivado
pelos ideais nacionalistas e racistas, incentivou a perseguição em massa de
negros, homossexuais, deficientes, e, principalmente judeus, tendo em vista que,
para ele, a raça ariana era pura e superior às outras. Esse antissemitismo
resultou na morte de pelo menos 6 milhões de judeus ao longo da 2ª Guerra
Mundial, e essa parte sangrenta da História ficou conhecida como Holocausto.
Já o neonazismo é um movimento contemporâneo, que tem seu início em meados da
década de 70 em diferentes partes do mundo. É um movimento influenciado pelos
ideais nazistas e que, na realidade, é visto como o resgate do nazismo através,
não só de manifestações, mas também de ações racistas, xenofóbicas, entre outras.
O movimento nazista deixou uma mancha enorme em nossa História.
Desde a ascensão de Hitler ao poder até a sua queda, mais de 340.000 judeus
fugiram da Áustria e Alemanha em busca de um lugar seguro para se viver. A
política antissemitista que propôs a “caça
aos judeus” acarretou numa migração em massa de diversos indivíduos por
todo o mundo. A partir disso, ficou nítido o problema encontrado por essas pessoas
que, a partir do momento em que são obrigadas a sair de seus lares, procuram
refúgio em outros países, e o período da 2ª Guerra Mundial foi demarcado por
esse aumento no número de refugiados. Além disso, Hannah Arendt em sua obra “As Origens do Totalitarismo” mostra que
nos anos em que a perseguição de Hitler aos judeus se seguiu, outros países que
possuíam também minorias pensaram em se desfazer desses grupos, começando
por aqueles que não constituíam maioria em nenhum país, ou seja, os judeus. Entretanto,
a consequência dessa tentativa
de por um fim aos problemas dos judeus produziu um numero ainda maior de
refugiados, uma vez que isso desencadeou um processo migratório enorme.
Vale ressaltar o papel dos outros países, principalmente os da
Europa, dentro desse contexto da 2ª Guerra Mundial. Por um lado, diversos deles
sinalizavam que essa situação era inadmissível e precisava acabar, uma vez que
os métodos utilizados para “solucionar o problema dos judeus” eram ineficazes e
desumanos. Por outro lado, diversos empecilhos “surgiam” para dificultar a
entrada dos refugiados aos países, como a situação econômica na Europa
Ocidental, que não permitia integrá-los, ou o fato de que esses refugiados não conseguiriam
se adaptar ao país e a economia não poderia absorvê-los, entre outras desculpas.
A realidade era que a opinião pública não era favorável aos estrangeiros e já
havia muitos judeus para que um governo se colocasse em risco e acolhesse mais
deles. Logo, a intolerância e o
medo dos estrangeiros aumentavam e
com isso a xenofobia causava
cada vez mais problemas para os refugiados, que além de não possuírem mais um
lar, também eram vítimas de violência e intolerância dentro dos países que
propuseram ajudá-los.
Percebe-se por meio da maneira como os demais países se
posicionaram diante desse acontecimento, uma certa semelhança com o que está
ocorrendo atualmente com os refugiados sírios, entre outros. Muitos países se
dizem solidários à esses refugiados, mas ao mesmo tempo, sempre existem fatores
que dificultam a entrada dessas pessoas em seus territórios. Além disso, o
aumento do número de casos de xenofobia e perseguição aos estrangeiros sinaliza
mais uma vez esse medo do outro, essa falta de empatia para com os problemas
enfretados por essas pessoas que só buscam um lugar para chamar de lar.
É fato que, desde o último ano, o
mundo encara a maior crise de refugiados já registrada, e a tendência é só
aumentar. Ademais, os países que estão recebendo essas pessoas, enfrentam
também hesitações que, por conseguinte, influenciarão sua percepção sobre essa
questão. Políticas incorporadas pelos países, como a cota de recebimento de
refugiados, foram instauradas como forma de resolver e fiscalizar o fluxo dos
refugiados. Porém, os países vêm debatendo outras políticas, principalmente
internas, sobre essas pessoas que chegam em seus territórios. Ou seja, sempre
existe um problema que dificulta a entrada dos refugiados, mesmo nos países que
propõem ajudar esses indivíduos.
Além dos problemas supracitados, a eclosão do movimento
neonazista, dificulta ainda mais a estadia dos refugiados em outros países, uma
vez que os membros desse movimento são completamente intolerantes,
preconceituosos, xenofóbicos e racistas, e enxergam nos refugiados um problema
a ser resolvido. À exemplo disso, o protesto que ocorreu em Charlottesville,
no Estado da Virgínia (EUA), onde
centenas de manifestantes protestaram, fazendo saudações nazistas e vociferando
palavras de ordem contra imigrantes, negros, refugiados, judeus e homossexuais é algo extremamente preocupante.
Segundo o jornal americano New York
Times, alguns deles declamaram cânticos como "Vocês não vão tomar o nosso lugar" e "Judeus não vão tomar nosso lugar", mostrando como que o medo e a
intolerância ao estrangeiro é um problema atual.
Além desse protesto, o
número de casos de manifestações violentas contra refugiados aumenta
gradativamente. Diversos incidentes já ocorreram, como o da Alemanha, onde integrantes
do partido neonazista alemão
(NPD) que estavam no protesto que aconteceu na madrugada do dia 19/08, na
cidade de Hidenau, tentaram impossibilitar a chegada de vários ônibus com
refugiados estrangeiros ao albergue. Pelo menos 31 policiais foram
feridos após o ocorrido. Essas ocorrências violentas ao redor dos centros de
refugiados estão aumentando cada vez mais nas últimas semanas, seguindo o aumento
exponencial do número de estrangeiros que entram no país. Nos primeiros seis
meses desse ano, foram planejados aproximadamente 200 atos em objeção a esses
albergues, de acordo com informações do Ministério do Interior, que englobam desde
a divulgação de propaganda xenófoba até os ataques incendiários.
Portanto, se você pesquisar a
quantidade de protestos, manifestações e ataques neonazistas que estão
acontecendo ao redor do mundo, nota-se o aumento significativo desse tipo de
violência. Além disso, o crescimento do número de refugiados nos permite
analisar que esses problemas, tanto do aumento da violência quanto do número de
refugiados sinalizam que se não houver dentro dos países políticas que permitam
a inclusão, além de um maior rigor na punição desses extremista que só propagam
o ódio, ficaremos à mercê de mais um momento vergonhoso em nossa História...
O Nazismo, Neonazismo e a questão dos Refugiados
Reviewed by Knaippe
on
agosto 25, 2017
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