Primeira geração de Skinheads, composta pela juventude operária londrina. |
Em meio às manchetes recentes sobre as manifestações neonazistas estadunidenses - discutidas pelos moderadores #Skar e #Renegado nos últimos posts- a intolerância pautou as principais discussões do mês de agosto. Diversos grupos atuais resgatam valores preconceituosos e tóxicos dos séculos passados, pregando-os fortemente no cenário político e social. Um dos grupos associados a tal prática é a subcultura Skinhead. Cercada por essas associações, o movimento guarda uma origem discrepante e inusitada com o que a mídia expõe, uma convergência entre a cultura jamaicana e a inglesa.
Com raízes fincadas nas docas de Londres no início dos anos 60, o movimento Skinhead nasceu na classe operária de Londres. Nessa época, em decorrência dos conflitos da segunda guerra mundial, a primeira geração de imigrantes jamaicanos - chamada de Windrush Generation - aportou na capital do Reino Unido, compondo uma considerável parcela dos trabalhadores da região.
Trazendo o Reggae e roupas culturalmente diferentes das Inglesas, atraíram o interesse dos Cockney, a juventude operária branca, que gritava por identidade e representação. A mistura cultural dessas linhas originou os Skinheads, chamados assim pelos seus cortes curtos, diferentes dos longos cabelos do movimento Hippie. A juventude de cabelo raspado e sapatos enormes chamou a atenção dos músicos negros e, da Ska music, surgiu o "Skinhead Reggae".
Não tardou para que a subcultura se estendesse para outras partes da Inglaterra. Principalmente no norte do país, os Skinheads tomaram o cenário futebolístico (Soccer). Através desse canal, o movimento se popularizou, atraindo uma nova geração. Contudo, inserido no cenário racista da época, influenciadores fortes dentro do movimento, como Joe Hawkins, passaram a pregar a ideologia racista. Durante um tempo, boa parte dos integrantes do norte se filiaram à Frente Britânica Nacionalista (National Front).
Em meados da década de 70, surge o Punk Rock, dando novos ares. Grupos do gênero, que atraiu a atenção da nova geração da subcultura, defendiam e lutavam pelo anti racismo. Além do multiculturalismo musical, principalmente negro, que fazia parte dos Skinheads. O Soul, Reggae, Ska e outros ritmos "negros" associavam-se com o Punk das classes "brancas", compondo a personalidade do grupo.
Obviamente, uma parte que se define integrante da subcultura, associada à AltRight - movimento de direita extremista e conservadora - apoia as ideologias racistas e essa atraiu os olhares e a notoriedade da mídia e da população. Mas os Skinheads de "Raiz", que são a favor do Multiculturalismo, chamam pouca atenção do público. . Atualmente, grupos como o SHARP - Skinheads Against Racial Prejudice ou "Skinheads Contra o Racismo" - militam contra o racismo e a favor das causas raciais.O grande ponto é a generalização e o conceito popular raso, sendo que o movimento abriga diversas vertentes.
Não irei abordar outros pontos do movimento Skinhead para que o texto não fique cansativo e muito abrangente, mas a você, caro leitor, que se interessou pelo assunto e pela cultura desse grupo, deixarei dois links de documentários para acrescentar informações e conteúdo.
+ A história dos Skinheads por Don Letts (Inglês)
+ "A Atitude Skinhead" (Legendado em Português)
#Punk
A Origem dos Skinheads
Reviewed by Unknown
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agosto 24, 2017
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